
Cá estou de novo, pensando sobre textos que escrevo durante a melancolia, mais perto dos 25 do que antes e com a sensação de que não fiz nada ainda presente em mim. Mas hoje isso não me assusta tanto quanto da última vez. Talvez amanhã eu surte pelo mesmo motivo, vai saber…
Quase um ano depois, há pouco menos de um mês do meu aniversário, inventei de ler os poucos textos que postei nesse blog que ninguém lê e no instagram que quase ninguém segue. É… Parece que a terra girou e eu voltei ao mesmo lugar.
Do que mudou desde o ano passado, tenho até medo de pensar. Ainda tenho 25 dias para repetir as mesmas roupas, para voltar a conversar com o ex, para pensar em quem se foi e para ter mais uma daquelas crises de choro anuais. É estranho, mas sinto que estou perto de uma dessas de novo.
Pelo menos agora eu posso colocar a culpa na pandemia.
Você, que com certeza não lê esse blog, deve se perguntar sobre os motivos que eu tenho para chorar. Sinceramente? Eu também me pergunto. Porque quando paro para pensar e racionalizar todos os pequenos dramas da minha existência meio bosta, percebo que até chorar por essas pequenas coisas é ridículo.
Só que eu sou ridícula, mesmo que não pareça. Ou parece? Nem sei mais. Guardo para mim tudo que dói aqui e eu sei que faz mal, sei que é preciso desabafar e blábláblá. É, talvez eu precise de terapia para conseguir discutir alguns problemas imaginários do trabalho, o machismo do meu pai e o que “O diário de Anne Frank” me causou.
Só que agora não vai rolar. Pandemia.
“Ah, mas tem terapia por videoconferência, você já até recomendou para alguns amigos…” dizem minhas outras personalidades agora. Só que eu não perguntei.
Entre livros inacabados, textos “rascunhados” (uma palavra nova para não-terminei-merda-nenhuma), gatos que mijam no lugar errado e duas estantes cheias de livros que eu não li, eu sei que não sou a mesma de um ano atrás. Mas, agora, é impossível não me enxergar assim.
Maio/2020

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