Oi, Deus, sou eu de novo. Mentira, não vou incomodar Deus com um texto meu. Só vocês, pessoas maravilhosas (e muito provavelmente inexistentes) que ainda leem isso aqui.

Pois bem. Hoje é dezenove de dezembro de dois mil e vinte, o ano que não deveria ter existido. Calma, não feche esta página ainda, esse não é mais um texto sobre o quão merda este ano foi. E ainda está sendo porque, convenhamos, em doze dias pode ter muito estrago, nós sabemos disso.

2020, para mim, geminiana convicta, foi o ano das decisões (irônico, não?!). O ano em que eu tomei decisões que me deixaram (e ainda deixam) com um medo absurdo do futuro. O ano em que decisões erradas me deixaram meio louca por um tempo. O ano em que as decisões certas (por enquanto) me fizeram mais feliz.

Eu não resolvi a minha vida, mas eu resolvi o que eu quero para a minha vida. E eu decidi que minha liberdade não tem preço. Decidi que não quero precisar abaixar a cabeça para um “ser superior”. Eu até achei que eu fosse me tornar essa pessoa nos últimos anos, que eu conseguiria ser alguém que segue o caminho mais vantajoso, independentemente do custo. Mas eu não sou. Nunca fui.

E daí veio a decisão mais importante que eu já tomei até agora. Eu resolvi basicamente jogar no lixo cinco anos de faculdade. É, eis aqui uma bacharela em direito que não pretende ser advogada, assessora ou concursada. Meu deus, isso é mais assustador ainda agora que estou contando para vocês.

O resumo é que agora eu sou revisora (segue lá o instagram @bprevisoes) quase pós-graduada que quer aprender tudo o que puder para passar o resto da vida lendo e fazendo parte de histórias que outras pessoas lerão.

Antes de pensar em um monte de coisas que refutam meu pensamento, eu tenho um pedido: deixa eu ser a pessoa otimista que eu nunca fui, por favor? Obrigada.

No final, acho que a grande decisão que eu fiz em 2020 foi ser feliz profissionalmente. Não bem sucedida ou famosa, rica ou sei lá o quê. Decidi ser feliz fazendo o que eu gosto. E vocês não têm noção do alívio que eu senti.

A real é que eu não faço muitos desejos para o ano novo, nunca foi um costume meu. Mas eu desejo que em 2021 vocês também tenham coragem de desistir do caminho que trilharam para você. Ou que você mesmo trilhou, mas descobriu que não quer mais continuar nele.

É muito frase de coach life style, encontre seu caminho, mas não há muito o que podemos fazer para fugir dos clichês de autoajuda da era pós moderna.

Feliz natal, feliz ano novo e coragem!

Ps. Não se enganem pelo texto motivador, eu não transcendi em 2020. Ao mesmo tempo em que eu estou feliz por ter tido a tal coragem, estou me cagando de medo de dar errado. Oremos!